O governo acredita que não haverá intervenção militar com tropas norte-americanas em solo venezuelano.
O Brasil descarta a possibilidade de uma invasão dos EUA na Venezuela, mas está aberto a se posicionar como intermediário nas tensões entre as nações.
Dependendo da direção da conversa agendada para esta quinta-feira (16) entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado, Marco Rubio, a proposta de mediação pode surgir durante o encontro.
Fontes do Palácio do Planalto, do Itamaraty e das Forças Armadas, consultadas pela CNN, consideram improvável uma ação militar dos EUA contra o governo de Nicolás Maduro.
Essas fontes percebem as declarações de autoridades americanas contra o regime chavista mais como estratégias para enfraquecê-lo internamente do que como indícios de uma ação mais decidida contra Caracas.
Outra razão é a dúvida sobre se uma intervenção realmente derrubaria a ditadura, uma vez que as Forças Armadas venezuelanas estão subordinadas ao regime, podendo resultar na troca de uma ditadura por outra.
Ademais, há o grande risco geopolítico que isso acarretaria para a relação da Venezuela com a China, o que poderia provocar retaliações por parte da China, incluindo a possibilidade de uma invasão a Taiwan. A China, que reivindica Taiwan como parte de seu território, elevou suas ameaças militares nos últimos cinco anos.
Entretanto, o cenário foi apresentado à CNN como alarmante e parte de uma escalada entre Donald Trump e Maduro. Fontes próximas ao presidente Lula avaliam que, caso ambos os países considerem necessário, o Brasil pode atuar como mediador neste conflito, especialmente em um contexto de aproximação entre o Brasil e os Estados Unidos.
Nesta quinta-feira (16), diplomatas brasileiros acreditam que a situação da Venezuela será um dos tópicos abordados durante a reunião.
A expectativa é de que a trajetória política de Marco Rubio, que sempre se dedicou a questões da América Latina, conduza automaticamente a conversa para esse assunto.
